04/11/2011 14h04 - Atualizado em 23/09/2015 13h31

Sesa promove oficina de hanseníase para profissionais de saúde do Estado

O Programa de Controle da Hanseníase da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) promoverá, entre a próxima segunda-feira (07) e sexta-feira (11), dois cursos de orientação sobre os cuidados com o paciente com hanseníase.

O primeiro curso será a oficina “Autocuidados em hanseníase”, a ser ministrado pela fisioterapeuta Geisa Campos, técnica do Ministério da Saúde, entre segunda-feira (07) e quarta-feira (09), das 8 às 17 horas, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde de Cariacica.

Participarão do treinamento 24 profissionais, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e técnicos de enfermagem, além de pacientes, familiares e membros da comunidade de Cariacica.

O objetivo da oficina é implantar grupos de apoio para o autocuidado de pessoas atingidas pela hanseníase, visando a mudança de atitude e o fortalecimento da autonomia dos pacientes.

Já na quinta-feira (10) e sexta-feira (11), das 8 às 17 horas, será a vez do curso “Prevenção de Incapacidades Físicas em Hanseníase”, voltado para 12 técnicos dos municípios de Castelo, Baixo Guandu, Boa Esperança, Montanha, Viana, Vila Velha, Cariacica, Ibatiba e Aracruz.

A capacitação será ministrada pela coordenadora do Programa de Controle da Hanseníase da Sesa, enfermeira Marizete Altoé Puppin, e pela fisioterapeuta Sheyla Daniela Pissinate, da Unidade de Saúde de Colatina.

“O curso busca, entre outros objetivos, o fortalecimento das unidades de referência municipais e a expansão da prevenção de incapacidades físicas na rede básica”, explica Marizete.

Dados

O Espírito Santo registrou 1.026 novos casos de hanseníase em 2010. Segundo análise epidemiológica do Programa Estadual de Controle da Hanseníase da Sesa, o número mostra uma redução de 22 casos em relação ao ano anterior e confirma a tendência de queda e controle da doença que vem sendo observada no Estado desde 2003, quando foram detectadas 1.787 novas ocorrências.

A hanseníase é uma doença com tratamento e cura e o Espírito Santo apresenta um dos melhores índices de resolutividade do Brasil, com mais de 90% de cura. O bom desempenho explica-se, em parte, pelo baixo índice de abandono de tratamento, que se mantém abaixo de 5%, desde 2001. O percentual restante refere-se a pacientes que se mudaram do Estado ou foram a óbito por alguma outra causa.

Mesmo que o Programa Estadual de Controle da Hanseníase venha investindo na descoberta de novos casos, a endemia continua em declínio. Dentre as atividades desenvolvidas que influenciaram no comportamento da doença, destaca-se o treinamento dos profissionais das unidades básicas de saúde, incluindo as equipes de Estratégia de Saúde da Família, visando à descentralização das ações de controle da doença, com conseqüente melhora da acessibilidade ao tratamento, educação em saúde para a população e monitoramento sistemático da evolução da doença nos municípios.

Outra contribuição importante foi a expansão do Projeto Saber Hanseníase, programa de ações educativas desenvolvido nas escolas públicas de ensino médio e fundamental para divulgação da informação sobre hanseníase. No final de 2010, o projeto contava com adesão de 100% das escolas da rede estadual em 67% dos municípios e 100% das escolas da rede municipal em 59% dos municípios, concentrados principalmente nas regiões Norte e Noroeste, as maiores incidências do Estado, juntamente com a Grande Vitória.

Apesar do alto índice de cura, a Sesa aposta no diagnóstico precoce como forma de controle da doença. O Exame de Contatos é uma das principais formas de prevenção. A partir de um caso identificado na família, são adotadas medidas de prevenção entre os demais moradores da casa, já que a transmissão ocorre de pessoa para pessoa.

A incidência da doença no Espírito Santo foi de 29 casos para cada 100 mil habitantes ao final de 2010. Apesar da queda consecutiva do número de novos casos, a incidência ainda é considerada alta para os parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A meta de eliminação da hanseníase é chegar a uma prevalência de menos de um caso para cada grupo de 10 mil habitantes. O Estado encerrou o ano de 2010 com prevalência de 2,8 casos por 10 mil habitantes.

Saiba mais

A hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo, podendo variar de dois até mais de 10 anos.

A enfermidade pode causar lesões físicas, que podem ser evitadas com o diagnóstico rápido e tratamento imediato. Os primeiros registros datam de 600 A.C. na Ásia que, junto com a África, pode ser considerada o berço da doença. Atualmente, a Índia apresenta o maior número de casos, seguida pelo Brasil.

Além de manchas na pele, com perda ou alteração de sensibilidade, a hanseníase pode apresentar áreas de pele seca e com falta de suor; sensação de formigamento, dor e choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, diminuição da força muscular, úlceras e nódulos no corpo, entre outros.

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
Alessandra Fornazier/Fabricio Fernandes/Jucilene Borges/Marcos Bonn
Texto: Alessandra Fornazier
alessandrafornazier@saude.es.gov.br
Tels.: 3137-2378 / 3137-2307 / 9983-3246 / 9969-8271 / 9943-2776
asscom@saude.es.gov.br
2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard