31/08/2009 07h02 - Atualizado em 23/09/2015 13h25

Sesa registra redução no número de casos de hanseníase no Estado

Há cinco anos o Espírito Santo vem apresentando queda no número de casos de hanseníase. Em 2003, foram 1.787 registros e, em 2008, esse número caiu pra 1.097. Especialistas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apontam as ações periódicas, realizadas por meio do Programa de Controle da Hanseníase, como o principal responsável pelo resultado. Neste ano, até julho, houve 483 casos, contra os 500 contabilizados no mesmo período do ano passado.

Dentre estas ações, destacam-se os constantes treinamentos voltados para gerentes, médicos e enfermeiros dos programas municipais, para os profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF); e a capacitação de servidores das unidades básicas de saúde, destinada à descentralização de diagnóstico e tratamento.

Atualmente, todos os 78 municípios capixabas possuem pelo menos uma unidade com o programa implantado. Na última semana, a Sesa ofereceu treinamento para os servidores que atuam nos laboratórios dos municípios, com aulas práticas e teóricas sobre o exame e a doença.

Segundo a coordenadora do Programa, Marizete Puppin, todas as ações contribuem de forma efetiva na prevenção, diagnóstico, investigação e tratamento da doença. “As capacitações e treinamentos ajudam a fortalecer o atendimento na rede básica, que é a porta de entrada para o paciente com hanseníase”, afirma.

Educação

Uma outra ação que contribui de forma significativa, segundo a coordenadora, é o “Saber Hanseníase nas Escolas”, que é realizado pela Sesa em parceria com secretarias municipais e a Secretaria de Estado da Educação (Sedu).

Trata-se de um trabalho de educação em saúde, no qual os professores repassam informações sobre a doença – por meio de cartilhas, DVDs e fôlderes – para os alunos, e estes para a comunidade onde residem.

“Este é um trabalho muito importante, pois ajuda a diagnosticar a doença mais precocemente, e principalmente nos menores de 15 anos, que é uma das metas pactuadas com o Ministério da Saúde. Também contribui na investigação da doença, já que onde há crianças e adolescentes contaminados, existem também adultos com a doença”, afirma a coordenadora.

De acordo com ela, 12,6% dos casos notificados em 2008 foram detectados em pessoas com menos de 15 anos. “Número bastante elevado”, ressaltou Marizete.

Abandono do tratamento

A hanseníase é uma doença que tem cura. A coordenadora conta que atualmente no Estado o índice de abandono do tratamento é pequeno: 2% dos pacientes não completam o ciclo, que pode durar de seis meses a um ano. O medicamento é distribuído gratuitamente nas unidades de saúde municipais. “Este índice também teve um decréscimo ao longo dos anos. Há duas décadas, 20% dos pacientes abandonavam o tratamento”, lembra.

O sucesso do tratamento, segundo ela, é necessário para controlar a doença e romper a cadeia de transmissão. O diagnóstico é clínico e, se feito precocemente, ajuda a evitar o aparecimento de deformidades físicas. “Por isso, se a pessoa observar manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele, com perda de sensibilidade em alguma região do corpo, deve procurar o médico com urgência”, recomenda Marizete.

Saiba mais

A hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo. Pode variar de dois a até mais de 10 anos.

A enfermidade pode causar lesões físicas, que podem ser evitadas com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato. Os primeiros registros da hanseníase datam de 600 a.C. na Ásia que, junto com a África, pode ser considerada o berço da doença.

Além de manchas na pele com perda ou alteração de sensibilidade, a hanseníase pode apresentar áreas de pele seca e com falta de suor; sensação de formigamento, dor e choque; fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; diminuição da força muscular; úlceras e nódulos no corpo; entre outros.

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