25/02/2008 05h41 - Atualizado em 23/09/2015 13h19

Sesa será uma das primeiras do País a oferecer tratamento contra Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

A partir do próximo mês, a rede estadual de saúde pública do Espírito Santo será uma das primeiras do Brasil a oferecer à população um serviço de atenção a um agravo não assistido pelo Ministério da Saúde (MS), a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A enfermidade será tratada em um ambulatório específico, que ficará no Centro de Especialidades (CRE) Metropolitano, em Cariacica.

A novidade faz parte do Programa de Atenção à DPOC, estruturado pela Sesa em parceria com a Sociedade de Pneumologia do Espírito Santo. Além do CRE de Jardim América, mais três instituições de saúde oferecerão terapia contra a moléstia: CRE de Cachoeiro de Itapemirim, Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), Santa Casa de Misericórdia, os dois últimos em Vitória.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é uma doença que atinge o aparelho respiratório e é mais conhecida como enfisema pulmonar e bronquite crônica. Ela se desenvolve, em 90% dos casos, em pessoas que fumam ou fumaram e, em menor número, pode atingir profissionais que trabalham em ambientes poluídos por fumaça.

Tratamento

A implantação do programa foi feita em comum acordo entre a Sesa e a Sociedade de Pneumologia do Espírito Santo. Até então, os capixabas afetados pela moléstia não encontravam tratamento específico. A pneumologista Maria Cristina de Paiva, que será uma das responsáveis pelos atendimentos, explica que, além do Espírito Santo, apenas o estado de São Paulo regulamentou o Protocolo Clínico de Tratamento ao DPOC.

O tratamento é feito à base de remédios que têm um custo elevado. Segundo o gerente estadual de Assistência Farmacêutica (Geaf), Silvio Machado, o estágio inicial da estruturação de assistência aos portadores de DPOC foi possível graças à elaboração da Relação Estadual de Medicamentos Essenciais e Excepcionais (Rememe), trabalho concluído pela Sesa no ano passado.

Entre outros tipos de remédios, a publicação relaciona aqueles usados no tratamento da enfermidade, que são os medicamentos excepcionais, mais caros. Um deles é o Tiotrópio, por exemplo, que custa mais de R$ 300,00 a caixa com 30 comprimidos.

Custo

O alto custo da terapia e a falta de assistência em nível federal são fatores que contribuem para o tratamento inadequado de uma doença que não tem cura. Além disso, a moléstia é muitas vezes subdiagnosticada e, conseqüentemente, subtratada porque pode se manter assintomática por longos períodos.

Estima-se que a DPOC seja uma das grandes causas de internação no Sistema Único de Saúde (SUS). “A maioria dos pacientes é internada porque não é tratada adequadamente devido ao custo do medicamento. O Ministério da Saúde não preconiza os medicamentos para os pacientes de DPOC e o Estado vai arcar com esses medicamentos integralmente”, esclarece a médica Maria Cristina de Paiva.

A DPOC

A DPOC é uma enfermidade prevenível e tratável, caracterizada pela obstrução crônica do fluxo aéreo, que na maioria das vezes é irreversível. O paciente pode evoluir com a deterioração da qualidade de vida à medida que a doença avança e se tornar inválido. O número de reinternações é alto, o que gera alto custo para a família e a sociedade.

Os principais sintomas da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica são: perda da capacidade respiratória, chiado na respiração, tosse crônica intermitente ou diária, expectoração de catarro e falta de ar que piora com exercícios físicos e durante infecções respiratórias. A enfermidade geralmente se manifesta em estágio avançado, o que dificulta o tratamento.

Nos próximos 15 anos, estima-se que ela seja a terceira maior causa de óbitos no mundo, atrás apenas do infarto e da doença vascular cerebral. Portanto, controlar a DPOC significa reduzir os gastos públicos e ausências no trabalho. A cada ano, cerca de seis milhões de pessoas são acometidas pelo agravo e uma média de 30 mil vai a óbito por causa dela.

Os pacientes com diagnóstico comprovado (por meio de um exame de espirometria com prova broncodilatadora) poderão ser encaminhados pelo médico para qualquer um dos quatro locais de tratamento da moléstia no Estado. No CRE Metropolitano, a consulta poderá ser agendada pelo paciente no ambulatório próprio. Além de Maria Cristina de Paiva, os atendimentos serão feitos por outro especialista em pneumologia e uma enfermeira.

Medicamentos excepcionais de controle ao DPOC disponibilizados pela Sesa:

- Sulfato de Salbutamol, aerossol 100mcg/dose com espaçador;
- Brometo de Ipratrópio, aerossol 20mcg/dose com espaçador;
- Formoterol, 12mcg/cápsulas, pó inalatório;
- Brometo de Tiotrópio, cápsula de 18mcg;
- Budesonida 200mcg, dose.

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