04/08/2014 08h32 - Atualizado em 23/09/2015 13h41

Teste do coraçãozinho ajuda a detectar doenças cardíacas congênitas

Dados da Sociedade Brasileira de Pediatra indicam que, em cada mil bebês nascidos vivos, de oito a dez podem apresentar malformações congênitas e, desses, dois podem apresentar cardiopatias graves, em que há a necessidade de intervenção médica o mais rápido possível. Recentemente, o Ministério da Saúde incorporou o exame de oximetria de pulso, mais conhecido como Teste do Coraçãozinho, como parte da triagem neonatal em todo o Sistema Único de Saúde (SUS). No Espírito Santo, o teste já é oferecido.

O exame é capaz de detectar precocemente cardiopatias graves e diminui o percentual de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem levar ao óbito ainda no primeiro mês de vida.

Segundo a cardiologista pediátrica Sônia Rabello, o procedimento, preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e agora incorporado pelo Ministério da Saúde, é apontado como essencial para o diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica. Isso porque ele funciona como uma triagem dos bebês que têm o risco de ter uma doença cardíaca grave.

O teste é feito com um aparelho chamado oxímetro de pulso. Os sensores são colocados na mão direita e em um dos pés do bebê para medir a concentração de oxigênio no sangue arterial da criança. Aquelas que apresentarem alterações são encaminhadas para exame mais específico, o ecocardiograma, em até 24 horas, no próprio hospital, para diagnóstico e tratamento.

O exame é indicado para ser realizado em todos os recém-nascidos com mais de 34 semanas de idade gestacional. Além disso, é importante que seja feito entre 24 e 48 horas após o nascimento. Isso porque, no primeiro dia de vida, algumas alterações no organismo do recém-nascido podem atrapalhar o resultado. Após as primeiras 24 horas e até o segundo dia de vida, o risco de erro diminui de forma significativa, mas o período ainda é considerado seguro para o diagnóstico das cardiopatias críticas.

A médica explica, ainda, que o exame que dá alterado, após uma hora é repetido para confirmar o resultado. Só então, a criança é encaminhada para exame mais específico, o ecocardiograma, para diagnóstico mais preciso e tratamento adequado. O ecocardiograma é feito com aparelho de ultrassonografia, que mostra a anatomia e funcionamento do coração. Através dele, é possível detectar qualquer defeito cardíaco congênito.

A médica ressalta que a especificidade do Teste do Coraçãozinho é de 99%, o que significa que, quando dá negativo, praticamente descarta a possibilidade de doenças cardíacas graves. Ao mesmo tempo, a cardiologista tranquiliza os pais em caso de resultado positivo. Segundo ela, nem todo Teste do Coraçãozinho dado como positivo tem o resultado confirmado. Estudos realizados comprovam que 25% das crianças enviadas para o ecocardiograma não possuem malformação no órgão.

Fique por dentro

– 10% das mortes infantis são causadas por doenças cardíacas.

– 30% a 40% das mortes infantis por malformação em algum órgão do corpo humano se referem a problemas no coração

O teste do Coraçãozinho

– O exame é simples, não invasivo, e não causa dor. É realizado pelo pediatra na maternidade para detectar doenças cardíacas graves, que podem provocar a morte do bebê ainda no primeiro mês de vida.

Doenças cardíacas congênitas graves

– Transposição das grandes artérias (as grandes artérias aorta e pulmonar nascem em posições trocadas)
– Atresia da válvula pulmonar (o bebê nasce sem a válvula pulmonar, responsável por levar sangue do coração até o pulmão)
– Síndrome de hipoplasia do coração esquerdo (estrutura do lado do esquerdo não se desenvolve. É o lado esquerdo que bombeia sangue para o corpo)

Obs: Estes são exemplos de cardiopatias que exigem uma intervenção cirúrgica precoce para manter a circulação normal do sangue entre o pulmão, coração e o corpo da criança.

Nesses casos, há medicações e procedimentos hemodinâmicos (cateterismo cardíaco) que podem ser aplicados para manter a vida da criança e estabilizá-la até a realização da cirurgia para corrigir a malformação.

As condutas são diferenciadas para cada caso. Alguns exigem cirurgia imediata.

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Texto: Maria Angela Siqueira
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