25/04/2008 05h32 - Atualizado em 23/09/2015 13h20

Transplante de órgãos no Estado cresce mais de 72% em 2008

O transplante de órgãos cresceu 72,7% no primeiro trimestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2007, segundo levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). De acordo com o balanço, de janeiro a março de 2008 foram 57 procedimentos contra 33 nos três primeiros meses do ano passado. O número de doadores também cresceu, passando de 37 para 48.

Do total de transplantes realizados nos três primeiros meses deste ano, 29 foram de córneas; 14 de rim de doadores mortos; quatro de rim de doadores vivos; sete de fígado e três de coração. De janeiro a março do ano passado foram feitos 19 transplantes de córneas; cinco de rim de doadores mortos; oito de rim de doadores vivos e um de fígado.

O número de transplantes de fígado foi o que mais cresceu em 2008, com a realização de sete cirurgias contra uma no ano passado, um aumento de 700%. Em segundo aparece o transplante de coração, com três procedimentos neste ano contra nenhum no mesmo período de em 2007, o que representa um crescimento de 300%.

A possibilidade de doação de córneas é maior porque o tecido pode ser retirado até seis horas após a parada cardíaca do paciente. Nos outros casos, os órgãos só podem ser aproveitados para transplante em caso de morte encefálica, mas com o coração do potencial doador ainda em funcionamento.

Trabalho da Sesa

A Sesa vem trabalhando para aumentar o número de doadores de órgãos. Por meio da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO), a Secretaria realiza capacitações e sensibilização de profissionais de saúde que atuam diretamente no processo doação e de transplante. Voluntários também são treinados para trabalhar como multiplicadores de informações. Além disso, todo ano a Sesa realiza ações em comemoração ao Dia Nacional do Doador de Órgãos e Tecidos.

Segundo a coordenadora da Central, Beatriz Helena Santos Gagliano’, a Secretaria vem incentivando constantemente a doação de órgãos e tecidos. “Nós fazemos um trabalho de sensibilização da sociedade sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. São palestras em escolas, igrejas, empresas, entre outros”, ressalta.

Autorização

Segundo Beatriz Gagliano’, conseguir a autorização da família é a grande dificuldade encontrada pela Central. “Somente a família pode autorizar a doação. Não haverá doação sem que a população esteja sensibilizada quanto a sua importância”, ressalta.

No entanto, o índice da negativa familiar no ato da doação é muito grande, chegando a 46% dos casos. "O trabalho de conscientização é permanente. As pessoas que desejam doar seus órgãos devem deixar essa intenção muito clara aos parentes próximos, pois em caso de óbito somente a família pode autorizar ou não a doação", explica a coordenadora.



Todos os hospitais do País com mais de 80 leitos devem ter uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, para fazer o trabalho de sensibilização junto às famílias dos possíveis doadores. É esta Comissão a responsável por entrar em contato com a Central quando há uma possibilidade de doação.

No Espírito Santo os hospitais credenciados no Ministério da Saúde para a cirurgia de transplante de órgãos são o Santa Rita, Meridional, Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), o Evangélico de Vila Velha e o Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim. Existem ainda cinco clínicas autorizadas a realizar transplante de córnea.

Como funciona a Central de Captação de Órgãos?

A Central funciona 24 horas e é sediada no Hospital da Polícia Militar (HPM). Ela tem a função de coordenar no âmbito estadual tudo que envolve a doação e transplante de órgãos e tecidos, inclusive a fiscalização e controle. A Central também é responsável pela gerência da lista de espera.

Em todos os estados brasileiros existe uma Central, que faz um intercâmbio de informações entre si e com a Central Nacional de Notificação e Captação de Órgãos (CNNCDO).

Diante de um possível caso de doação, a Central de Captação recebe uma notificação da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do hospital onde o doador em potencial se encontra. Para confirmar a doação, é preciso constatar a morte cerebral da pessoa. Então, são realizados três exames: dois clínicos e um complementar.

A Central emite uma relação de potenciais receptores para cada órgão ou tecido e avisa às equipes de transplantes nos hospitais. Por fim, os órgãos são transplantados. Vale lembrar que a Central não capta os órgãos, e sim as equipes médicas.

No Espírito Santo há hospitais credenciados e grupos médicos preparados para transplantar fígado, coração, rim, rim/pâncreas conjugados e córneas. Grande parte dos procedimentos é feita via Sistema Único de Saúde (SUS).

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Sesa
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Texto: Rovena Storch
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