16/07/2007 06h28 - Atualizado em
23/09/2015 09h54
Trotes atrapalham a ação do Samu 192
No Espírito Santo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) já foi responsável pelo socorro de mais de cem mil cidadãos em pouco mais de um ano de funcionamento. Entretanto, se considerar o tempo gasto da equipe de atendimento com as demandas equivocadas, o trabalho do Samu poderia ser mais abrangente.
Instalado oficialmente no Espírito Santo em fevereiro de 2006, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) atualmente conta com 116 centros espalhados por 974 municípios do Brasil e cobre aproximadamente 93 milhões de pessoas.
No ano passado, das 252.262 ligações feitas para o Samu, 187.156 foram demandas equivocadas, ou seja, trotes, pedidos de informação ou enganos. O número mais expressivo é o de trotes, que chegou a mais de 130 mil. Neste ano, até maio, foram registrados por volta de 78 mil, ou seja, 35 mil a mais se comparado ao mesmo período de 2007.
Segundo a coordenadora do Samu 192 no Espírito Santo, Engre Beilke, cerca de 70% dos atendimentos telefônicos são demandas equivocadas, o que compromete a ação da equipe de atendimento. Ela explica que o tempo gasto com isso impede que as pessoas, que realmente necessitem de ajuda sejam prontamente socorridas. “Alguns trotes são tão bem dados que uma vez chegamos a enviar duas ambulâncias ao local de um suposto acidente”, ressalta a coordenadora médica interina do serviço, Gisele Loureiro.
Além dos trotes, os enganos e os pedidos de informação também tomam bastante tempo da equipe. Apesar de não ocorrerem por má fé, em 2006 eles foram responsáveis por 56.147 telefonemas. Na realidade, essas ligações acontecem por causa da falta de informação da população, que muitas vezes confunde o trabalho feito pelo Samu.
Apesar de se denominar Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, “Samu é um serviço que presta orientação e avaliação do paciente, decidindo ou não pelo envio de ambulância”, explica Gisele Loureiro. Em outras palavras, ao ligar para o 192, a pessoa é avaliada pelos médicos, que dependendo do caso, optam por enviar uma unidade de serviço móvel ou por fazer uma regulação médica via telefone.
A maioria das ligações recebidas pelo Samu é regulada pelos médicos, especializados em telemedicina. Muitos que procuram o serviço são orientados pelos especialistas de acordo com os sintomas. Dor de cabeça leve sem sintomas associados, dor de barriga, dor na coluna, febre alta, vômitos, fraturas fechadas são exemplos de problemas que geralmente não necessitam do envio de uma ambulância e são resolvidos por telefone. Nesses casos, o médico orienta quanto à medicação e encaminha a pessoa para o pronto-atendimento ou para as unidades de saúde.
A decisão de mandar ou não o transporte segue o padrão indicado pelo Ministério da Saúde (MS), que estabelece o envio mediante situações de urgência e emergência, mais precisamente quando há risco de morte para a vítima.
Em alguns casos, no entanto, já existe uma orientação para que as unidades móveis de atendimento façam a remoção do paciente. É o caso de gravidez de alto risco, prematura ou em franco trabalho de parto, acidentes de trânsito com vítima, pacientes com problemas psiquiátricos são alguns pedidos.
Vale ressaltar que apesar já existirem algumas regras pré-estabelecidas para envio ou não de ambulâncias, como cada caso é bastante particular, e os atendimentos são avaliados no momento do pedido, não sendo, portanto, interpretados como regras “engessadas”. Tudo depende da avaliação clínica feita na hora.
Além disso, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência não é o único que oferece prestação de socorro por meio de transporte. Quando as ligações não se caracterizam como caso de Samu, as prefeituras também oferecem veículos para o atendimento aos necessitados.
Em caso de transportes eletivos (aqueles que são marcados previamente), normalmente usados para a remoção de pacientes com limitações na locomoção, existe um serviço chamado de ‘Mão na Roda’, oferecido pela Companhia de Transporte Urbano da Grande Vitória (Ceturb-GV). Para atendimentos eletivos ou não, as prefeituras disponibilizam o serviço de ambulâncias.
O Samu 192
Qualquer pessoa que esteja correndo risco de morte ou que presencie alguma situação parecida pode acionar o Samu pelo telefone número 192. A ligação é gratuita e se for necessário as unidades de transporte do serviço podem atender em residências, vias públicas e locais de trabalho.
Ao acionar o serviço, a ligação é primeiramente mediada por um telefonista, chamado de Técnico Auxiliar de Regulação Médica (Tarm), responsável por colher informações básicas como, por exemplo, o endereço do solicitante e da vítima. É função do Tarm filtrar os pedidos de responsabilidade do Samu.
Após colhidas as informações, a ligação é repassada a um profissional especializado em telemedicina, que é um tipo de atendimento médico regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). De acordo com a situação, é ele quem decide se há necessidade ou não de enviar uma ambulância. Se não for o caso, o perito faz a regulação pelo telefone. Mas se realmente houver a necessidade, uma unidade de transporte é mandada. Tudo depende da avaliação feita no momento do chamado.
A equipe da Central de Regulação de Vitória é composta por seis Tarms, três médicos reguladores e dois operadores de frota, que repassam informações básicas para os intervencionistas. O grupo de profissionais de atendimento externo é formado por quatro médicos, quatro enfermeiros, 18 socorristas: um motorista com formação para suporte básico de atendimento e 14 técnicos de enfermagem.
O Samu conta com dois tipos de transporte, a Unidade de Suporte Avançado (USA), usada para a remoção de vítimas que necessitam de intervenção médica e a Unidade de Suporte Básico (USB), utilizadas em ocasiões não tão graves.
Cada carro conta com uma equipe diferente. Para o atendimento com a USA, são necessários um médico, um enfermeiro e um socorrista. O atendimento prestado pela USB é feito por um técnico de enfermagem e um socorrista.
No total, o Samu da Grande Vitória dispõe de vinte ambulâncias espalhadas por vários pontos da Região Metropolitana. Existe uma USB em Fundão e outra Viana e mais três USB e uma USA em Vitória, Vila Velha, Cariacica e Viana. Ainda há mais um veículo de cada tipo prontos para funcionar em Gurapari.
Quando chamar o Samu?
- Na ocorrência de problemas cardio-respiratórios;
- Em casos de Intoxicação exógena;
- Em caso de queimaduras graves;
- Na ocorrência de maus tratos;
- Em trabalhos de parto onde haja risco de morte da mãe ou do feto;
- Em casos de tentativas de suicídio;
- Em crises hipertensivas;
- Quando houver acidentes/trauma com vítimas;
- Em casos de afogamentos;
- Em casos de choque elétrico;
- Em acidentes com produtos perigosos;
- Na transferência inter-hospitalar de doentes com risco de morte;
- Transporte inter-hospitalar para pacientes graves e
- Transporte para exames de urgência.
Transportes oferecidos para quem não é caso de Samu
Transporte ‘Mão na Roda’, telefone: 0800-39-4111. Atende deficientes físicos desde a Ponta da Fruta (Vila Velha) até Nova Almeida (Serra). Basta agendar com dois dias de antecedência.
Ambulâncias de Prefeituras
- Vitória (24h). Tel.: (9090) 3132-5050, pode ser ligação a cobrar;
- Vila Velha (24h) Tel.: 3388-4150, 3139-9034, 3139-9042, 3244-4424, 3244-5475 e 3136-3493;
- Serra (24h). Tel.: 0800-2828132;
- Viana (24h). Tel.: 3255-2976;
- Fundão (24h). Tel.: 3267-1123;
- Cariacica (8 às 17 horas). Tel: 3343-7390 e 3343-0907.
Para pacientes moradores de rua existe o serviço ‘Abordagem de Rua de Vitória’. Tel.: 3382-6161.
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sesa
Daniele Bolonha
danielebolonha@saude.es.gov.br
Texto: Marcos Bonn
marcosbonn@saude.es.gov.br
Tels.: (27) 3137-2378 / 2307 / 9969-8271 / 9943-2776
asscom@saude.es.gov.br
Instalado oficialmente no Espírito Santo em fevereiro de 2006, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) atualmente conta com 116 centros espalhados por 974 municípios do Brasil e cobre aproximadamente 93 milhões de pessoas.
No ano passado, das 252.262 ligações feitas para o Samu, 187.156 foram demandas equivocadas, ou seja, trotes, pedidos de informação ou enganos. O número mais expressivo é o de trotes, que chegou a mais de 130 mil. Neste ano, até maio, foram registrados por volta de 78 mil, ou seja, 35 mil a mais se comparado ao mesmo período de 2007.
Segundo a coordenadora do Samu 192 no Espírito Santo, Engre Beilke, cerca de 70% dos atendimentos telefônicos são demandas equivocadas, o que compromete a ação da equipe de atendimento. Ela explica que o tempo gasto com isso impede que as pessoas, que realmente necessitem de ajuda sejam prontamente socorridas. “Alguns trotes são tão bem dados que uma vez chegamos a enviar duas ambulâncias ao local de um suposto acidente”, ressalta a coordenadora médica interina do serviço, Gisele Loureiro.
Além dos trotes, os enganos e os pedidos de informação também tomam bastante tempo da equipe. Apesar de não ocorrerem por má fé, em 2006 eles foram responsáveis por 56.147 telefonemas. Na realidade, essas ligações acontecem por causa da falta de informação da população, que muitas vezes confunde o trabalho feito pelo Samu.
Apesar de se denominar Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, “Samu é um serviço que presta orientação e avaliação do paciente, decidindo ou não pelo envio de ambulância”, explica Gisele Loureiro. Em outras palavras, ao ligar para o 192, a pessoa é avaliada pelos médicos, que dependendo do caso, optam por enviar uma unidade de serviço móvel ou por fazer uma regulação médica via telefone.
A maioria das ligações recebidas pelo Samu é regulada pelos médicos, especializados em telemedicina. Muitos que procuram o serviço são orientados pelos especialistas de acordo com os sintomas. Dor de cabeça leve sem sintomas associados, dor de barriga, dor na coluna, febre alta, vômitos, fraturas fechadas são exemplos de problemas que geralmente não necessitam do envio de uma ambulância e são resolvidos por telefone. Nesses casos, o médico orienta quanto à medicação e encaminha a pessoa para o pronto-atendimento ou para as unidades de saúde.
A decisão de mandar ou não o transporte segue o padrão indicado pelo Ministério da Saúde (MS), que estabelece o envio mediante situações de urgência e emergência, mais precisamente quando há risco de morte para a vítima.
Em alguns casos, no entanto, já existe uma orientação para que as unidades móveis de atendimento façam a remoção do paciente. É o caso de gravidez de alto risco, prematura ou em franco trabalho de parto, acidentes de trânsito com vítima, pacientes com problemas psiquiátricos são alguns pedidos.
Vale ressaltar que apesar já existirem algumas regras pré-estabelecidas para envio ou não de ambulâncias, como cada caso é bastante particular, e os atendimentos são avaliados no momento do pedido, não sendo, portanto, interpretados como regras “engessadas”. Tudo depende da avaliação clínica feita na hora.
Além disso, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência não é o único que oferece prestação de socorro por meio de transporte. Quando as ligações não se caracterizam como caso de Samu, as prefeituras também oferecem veículos para o atendimento aos necessitados.
Em caso de transportes eletivos (aqueles que são marcados previamente), normalmente usados para a remoção de pacientes com limitações na locomoção, existe um serviço chamado de ‘Mão na Roda’, oferecido pela Companhia de Transporte Urbano da Grande Vitória (Ceturb-GV). Para atendimentos eletivos ou não, as prefeituras disponibilizam o serviço de ambulâncias.
O Samu 192
Qualquer pessoa que esteja correndo risco de morte ou que presencie alguma situação parecida pode acionar o Samu pelo telefone número 192. A ligação é gratuita e se for necessário as unidades de transporte do serviço podem atender em residências, vias públicas e locais de trabalho.
Ao acionar o serviço, a ligação é primeiramente mediada por um telefonista, chamado de Técnico Auxiliar de Regulação Médica (Tarm), responsável por colher informações básicas como, por exemplo, o endereço do solicitante e da vítima. É função do Tarm filtrar os pedidos de responsabilidade do Samu.
Após colhidas as informações, a ligação é repassada a um profissional especializado em telemedicina, que é um tipo de atendimento médico regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). De acordo com a situação, é ele quem decide se há necessidade ou não de enviar uma ambulância. Se não for o caso, o perito faz a regulação pelo telefone. Mas se realmente houver a necessidade, uma unidade de transporte é mandada. Tudo depende da avaliação feita no momento do chamado.
A equipe da Central de Regulação de Vitória é composta por seis Tarms, três médicos reguladores e dois operadores de frota, que repassam informações básicas para os intervencionistas. O grupo de profissionais de atendimento externo é formado por quatro médicos, quatro enfermeiros, 18 socorristas: um motorista com formação para suporte básico de atendimento e 14 técnicos de enfermagem.
O Samu conta com dois tipos de transporte, a Unidade de Suporte Avançado (USA), usada para a remoção de vítimas que necessitam de intervenção médica e a Unidade de Suporte Básico (USB), utilizadas em ocasiões não tão graves.
Cada carro conta com uma equipe diferente. Para o atendimento com a USA, são necessários um médico, um enfermeiro e um socorrista. O atendimento prestado pela USB é feito por um técnico de enfermagem e um socorrista.
No total, o Samu da Grande Vitória dispõe de vinte ambulâncias espalhadas por vários pontos da Região Metropolitana. Existe uma USB em Fundão e outra Viana e mais três USB e uma USA em Vitória, Vila Velha, Cariacica e Viana. Ainda há mais um veículo de cada tipo prontos para funcionar em Gurapari.
Quando chamar o Samu?
- Na ocorrência de problemas cardio-respiratórios;
- Em casos de Intoxicação exógena;
- Em caso de queimaduras graves;
- Na ocorrência de maus tratos;
- Em trabalhos de parto onde haja risco de morte da mãe ou do feto;
- Em casos de tentativas de suicídio;
- Em crises hipertensivas;
- Quando houver acidentes/trauma com vítimas;
- Em casos de afogamentos;
- Em casos de choque elétrico;
- Em acidentes com produtos perigosos;
- Na transferência inter-hospitalar de doentes com risco de morte;
- Transporte inter-hospitalar para pacientes graves e
- Transporte para exames de urgência.
Transportes oferecidos para quem não é caso de Samu
Transporte ‘Mão na Roda’, telefone: 0800-39-4111. Atende deficientes físicos desde a Ponta da Fruta (Vila Velha) até Nova Almeida (Serra). Basta agendar com dois dias de antecedência.
Ambulâncias de Prefeituras
- Vitória (24h). Tel.: (9090) 3132-5050, pode ser ligação a cobrar;
- Vila Velha (24h) Tel.: 3388-4150, 3139-9034, 3139-9042, 3244-4424, 3244-5475 e 3136-3493;
- Serra (24h). Tel.: 0800-2828132;
- Viana (24h). Tel.: 3255-2976;
- Fundão (24h). Tel.: 3267-1123;
- Cariacica (8 às 17 horas). Tel: 3343-7390 e 3343-0907.
Para pacientes moradores de rua existe o serviço ‘Abordagem de Rua de Vitória’. Tel.: 3382-6161.
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Texto: Marcos Bonn
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