10/05/2007 11h57 - Atualizado em 23/09/2015 09h44

Unidade de Resposta Rápida da Sesa ajuda a descobrir doença rara

Receber informações sobre todos os casos de doenças emergenciais e contagiosas diagnosticadas no Espírito Santo. Esse é o objetivo da Unidade de Respostas Rápidas (URR), criada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio da Gerência Estratégica de Vigilância em Saúde.

Mesmo de forma experimental, a unidade já deu bons resultados. Pelo trabalho desenvolvido na URR, um tipo raro de meningite, causada por um parasita conhecido como lesma de jardim, foi diagnosticado em dois rapazes, o que contribuiu para o tratamento imediato dos pacientes.

A Unidade de Respostas Rápidas visa traçar as primeiras ações para que a doença não se espalhe. O caso raro só foi descoberto depois que o Hospital Antônio Bezerra de Faria (Vila Velha), onde os rapazes foram tratados, acionou a Unidade.

Depois de notificada, a URR coordena exames, primeiramente no Laboratório Central da Sesa, e o devido encaminhamento para centros de pesquisa, laboratórios de referência em outros estados e, em alguns casos, aciona o Ministério da Saúde.

No caso dos dois rapazes, enquanto a doença era diagnosticada e os pacientes tratados, a situação ambiental foi avaliada para que medidas adequadas de controle fossem tomadas.

Vinculada ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) do Ministério da Saúde, a Unidade de Respostas Rápidas do Espírito Santo é a 7ª do País. “Essa iniciativa vai servir de modelo para outros estados que ainda não estruturaram a URR. É um passo no aperfeiçoamento do trabalho da Vigilância em Saúde de forma integrada em todo País”, disse o representante do CEIVS do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.

A unidade funciona na própria sede da Sesa, com recursos tecnológicos de ponta, onde especialistas acompanham, 24 horas, as notificações de emergências epidemiológicas, a partir do alerta de secretarias municipais de Saúde, profissionais e serviços de saúde em todo o Estado. “Dessa forma, será possível adotar, em tempo oportuno, medidas para prevenção e controle de doenças”, destaca o coordenador da URR, Gilton Luiz Almada.

O foco principal da URR é acompanhar um conjunto de doenças que, pelo seu elevado potencial de disseminação e/ou riscos à saúde pública, necessita de acompanhamento por parte da Sesa. Também está incluída a ocorrência de agravos inusitados, que são casos ou óbitos por doença de origem desconhecida ou alteração no padrão epidemiológico de doença conhecida. Deve ser comunicada, pelo profissional ou serviço de saúde, em até 24 horas do diagnóstico inicial.

Assim, a Secretaria Estadual e/ou Municipal de Saúde poderão adotar, de forma ágil, as medidas adequadas para a investigação epidemiológica e bloqueio da disseminação de doenças. A Sesa acompanhará, por meio da URR, o comportamento epidemiológico da doença e enviará equipes treinadas para detecção e resposta de surtos sempre que for necessário. Se for preciso, o Ministério da Saúde, por meio do CIEVS, enviará equipes treinadas para dar suporte ao Estado.

Após a verificação da notificação, e caso se configure uma emergência epidemiológica que extrapole a capacidade de investigação e controle dos gestores locais ou sempre que houver risco de disseminação Estadual, a GEVS enviará, prontamente, equipe da sua Unidade de Respostas Rápidas (URR) para apoiar as medidas de contenção. Essas equipes contarão com recursos disponíveis no telefone via satélite e equipamentos de biossegurança, para se comunicar com o CIEVS e receber orientações em tempo real.

Aperfeiçoamento

A Sesa investirá no aperfeiçoamento das respostas institucionais às emergências epidemiológicas, sempre buscando a integração entre profissionais de saúde dos setores público e privado e secretarias municipais de saúde. Entre as ações estratégias desenvolvidas, destacam-se:

- Aumentar a sensibilidade para detecção de fatos que possam anteceder a ocorrência de emergências epidemiológicas, por meio da institucionalização de canais permanentes para o recebimento e processamento de notificações.

- Articular e agilizar os processos de verificação e análise de relevância dessas emergências entre as diferentes esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).

- Ampliar a capacidade técnica de respostas às emergências, incluindo o treinamento de profissionais para ações de investigação e resposta a surtos, em parceria com o EPI-SUS.

- Desenvolver instrumentos para monitorar e avaliar a estruturação institucional no enfretamento das emergências, permitindo o aprimoramento e manutenção dos sistemas implementados.

Algumas doenças e agravos que devem ser notificados imediatamente

Caso suspeito ou confirmado de:
Botulismo
Carbúnculo ou Antraz
Cólera
Febre Amarela
Febre do Nilo Ocidental
Hantaviroses
Influenza Humana por novo subtipo (pandêmico)
Poliomielite
Paralisia Flácida Aguda
Raiva Humana
Sarampo, em indivíduo com história de viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior
Síndrome Febril Íctero-hemorrágica Aguda
Síndrome Respiratória Aguda Grave
Varíola
Tularemia

Caso confirmado de:
Tétano Neonatal

Surto ou agregação de casos ou de óbitos por:
Agravos inusitados
Difteria
Doença de Chagas Aguda
Doença Meningocócica
Influenza Humana

Epizootias e/ou morte de animais que podem preceder a ocorrência de doenças em humanos:
Epizootias em primatas não humanos
Outras epizootias de importância epidemiológica

Informações à Imprensa:
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Texto: Lorena Fraga
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