21/08/2008 05h36 - Atualizado em 23/09/2015 13h21

Vacinação contra pólio no Espírito Santo está abaixo da meta nacional

Com pouco mais de 10 dias de início da segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, o Espírito Santo ainda não atingiu a meta estipulada pelo Ministério da Saúde (MS), que é de imunizar pelo menos 95% de crianças com menos de cinco anos de idade. Até o momento, a cobertura vacinal do Estado é de 77,45%.

Na Região Sudeste, o Espírito Santo alcançou a terceira colocação no número de capixabas vacinados, sendo que São Paulo (81,37%) e Rio de Janeiro (79,22%) estão liderando o ranking. Das 284.085 crianças com até cinco anos de idade do Estado, 220.027 já foram vacinadas nos últimos dias. A cobertura vacinal das crianças com menos de um ano é de 90,71%. Entre as crianças com idades entre um e cinco anos, a imunização atingiu 74,53%.

A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações (PEI) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Marta Casagrande, explica que a meta de vacinação deveria ter sido alcançada na última sexta-feira (15), quando a segunda etapa completou uma semana de duração. “Estamos muito longe da meta. A campanha tem como objetivo vacinar uma grande quantidade de crianças no menor tempo possível”.

Sem entusiasmo

Segundo a coordenadora, a família está perdendo o interesse na vacinação das crianças. “Como houve uma eliminação da paralisia infantil no Brasil, os pais ficam menos preocupados, e acabam não participando das campanhas com o mesmo entusiasmo de antes. Porém é preciso lembrar que a pólio não foi erradicada. Ainda há casos em outros países. Se não houver imunização, há o risco de ocorrer uma reintrodução da doença no País. As coberturas vacinais devem permanecer altas”.

Marta Casagrande considera que a maior dificuldade de imunizar as crianças ocorre nas zonas urbanas. “A falta de interesse pode ser percebida nas cidades com maior quantidade de pessoas. A população não está tão preocupada, acreditando que a doença está sob controle. A única forma de evitar que a pólio volte é realizando uma vacinação em massa”.

Mobilização

Os pais devem levar suas crianças com menos de cinco anos para vacinar nos postos de saúde mais próximos de suas residências. A intenção é que, quem ainda não tomou as duas gotinhas seja imunizado até a próxima sexta-feira (22). “As vacinas estão disponíveis nos postos. Temos que tentar atingir a meta ainda nesta semana”, frisa Marta.

A vacinação de poliomielite é realizada três vezes nas crianças recém-nascidas: aos dois, quatro e seis meses de vida. Isso é uma prática de rotina. Além disso, as crianças devem participar das campanhas de vacinação, que são realizadas duas vezes ao ano, até atingir cinco anos.

O ‘Dia D’ da Segunda Etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite foi realizado no último dia 09, em conjunto com o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a Rubéola, voltada para adultos de 20 a 39 anos.

A doença

A poliomielite ou paralisia infantil, como é popularmente conhecida, é uma doença infecto-contagiosa, causada por um vírus. Ele acomete em geral os membros inferiores e tem como principais características a flacidez muscular e pode levar à morte ou a seqüelas paralíticas irreversíveis.

Nos últimos anos a procura pela vacina tem sido baixa porque não existe registro da doença no Brasil há 19 anos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a enfermidade é endêmica em quatro países: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão.

Atualmente ainda há risco de reintrodução do vírus da pólio no Brasil, e por isso as campanhas se mantêm como uma ação necessária de prevenção desde 1980.

O último caso de paralisia infantil registrado no País foi em 1989. No Estado, a última notificação foi em 1987. Em 1994, o Brasil recebeu o certificado Internacional de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem.

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