Nos últimos dias, a procura por vacina contra a febre amarela aumentou nos postos de saúde de todo o País e também do Espírito Santo, o que tem provocado a falta temporária das doses em algumas unidades capixabas.

Para evitar a corrida desnecessária aos postos de saúde, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) orienta a população sobre quem realmente precisa tomar a dose da vacina. O Ministério da Saúde (MS) recomenda a vacinação contra a febre amarela a pessoas que vão se deslocar para as áreas de alto risco (endêmicas) e as regiões de transição e de risco potencial da doença (confira o quadro abaixo).

A coordenadora estadual do Programa de Imunizações, Marta Casagrande, lembrou que não há motivo para pânico entre os capixabas. “Não há surto da doença no Espírito Santo. Aliás, nós não registramos casos da doença desde 1932”, salientou.

Por isso, a coordenadora ressalta que só devem tomar a vacina pessoas que forem para as áreas de risco. “A nossa preocupação é com o deslocamento das pessoas. Os 39 municípios considerados de potencial de risco no Estado já fazem a vacinação de rotina contra a febre amarela”, completou.

A vacina não é recomendada às gestantes; pessoas com problemas de saúde que levam à baixa de imunidade e com alergias graves a algum componente da vacina; e menores de seis meses de idade. A imunização é segura, está disponível em todos os municípios do Estado e a aplicação é feita em dose única, com reforço de 10 em 10 anos.

Doença

A febre amarela é uma doença infecciosa, causada pelo vírus amarílico, que ataca o fígado e outros órgãos, podendo levar à morte. A letalidade da doença pode ultrapassar a casa dos 50%. A transmissão ocorre principalmente em regiões de matas, por meio de picada de mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes.

No passado, também havia a ocorrência da febre amarela urbana, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, mas desde 1942 não há casos de febre amarela urbana no Brasil.

Ações da Sesa

A Unidade de Respostas Rápidas da Sesa enviou um alerta do Ministério da Saúde (MS) para as vigilâncias municipais e para os hospitais do Espírito Santo, pedindo que fiquem atentos para possíveis casos da doença.

O Programa Estadual de Imunizações também enviou alertas para todas as regionais de saúde sobre os riscos da doença e solicitou que a vacinação seja intensificada. Para isso, a Sesa já entrou em contato com o Ministério da Saúde e pediu 50 mil doses extras da vacina, somando um total de 70 mil doses para serem distribuídas.

Em 2007, a Sesa vacinou aproximadamente 100 mil pessoas contra a febre amarela. Em 2001, foram vacinadas 327.550 pessoas, devido a um surto em Goiás e Minas Gerais. Em 2003 foram aplicadas 187.772 doses, e em 2004, foram 308.696, também por causa de surtos no estado mineiro.

Só devem procurar os postos de saúde as pessoas que saírem do Espírito Santo com destino aos seguintes estados e regiões:

Áreas de risco no Brasil

- Região Norte
- Região Centro-Oeste
- Maranhão
- Piauí
- Minas Gerais
- Oeste e Sul da Bahia
- Centro-Norte do Espírito Santo
- Oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e de São Paulo

Áreas de risco potencial no Espírito Santo

- Afonso Cláudio
- Água Doce do Norte
- Águia Branca
- Alto Rio Novo
- Aracruz
- Baixo Guandu
- Barra de São Francisco
- Boa Esperança
- Brejetuba
- Colatina
- Conceição da Barra
- Ecoporanga
- Fundão
- Governador Lindemberg
- Ibiraçu
- Itaguaçu
- Itarana
- Jaguaré
- João Neiva
- Laranja da Terra
- Linhares
- Mantenópolis
- Marilândia
- Montanha
- Mucurici
- Nova Venécia
- Pancas
- Pedro Canário
- Pinheiros
- Ponto Belo
- Rio Bananal
- Santa Teresa
- São Domingos do Norte
- São Gabriel da Palha
- São Mateus
- São Roque do Canaã
- Sooretama
- Vila Pavão
- Vila Valério

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