30/11/2007 14h36 - Atualizado em 23/09/2015 13h18

Violência Sexual: 90% das vítimas são mulheres

Cerca de 90% das vítimas da violência sexual são mulheres e esse é um dos principais motivos de crescimento do índice de infecção por HIV entre elas. O tema está sendo discutido nesta sexta-feira (30), no I Fórum Estadual Sobre Violência Sexual Contra a Mulher e a Criança, realizado no auditório do Diário da Imprensa Oficial (DIO).

As principais vítimas são adolescentes e jovens adultas que não têm capacidade de convencer o parceiro a usar o preservativo ou que sofrem violência doméstica. Aproximadamente 95% dos casos não são denunciados e 43% das pessoas que sofrem esse tipo de abuso contraem algum tipo de Doença Sexualmente Transmissível (DST).

Dados apresentados no Fórum mostram que cerca de duas a cada mil pessoas são infectadas pelo HIV por sofrerem estupro e 1% das vítimas são assassinadas. De acordo com Mônica Morelo, do programa Materno Infantil da Secretaria de Estado da Saúde, 1% resulta em traumas físicos graves, 5% em moderados e 27% em leves.



Riscos à saúde

A violência contra a mulher é definida como qualquer conduta que cause sofrimento físico, sexual ou psicológico. Ela representa um grave risco à saúde e aumenta as chances de infecção por doenças sexualmente transmissíveis e por HIV/Aids.

Segundo dados da Coordenação Estadual de DST/Aids, da Sesa, há dez anos atrás as mulheres eram apenas 5% das vítimas da Aids no Espírito Santo. Hoje, elas representam 37,5% das vítimas do agravo. Em 1988, havia cinco casos da doença em homens para cada um em mulher. No ano de 2006, a relação foi de 1,6 homens para cada caso em mulheres.

A faixa etária mais atingida pela Aids é de 20 a 49 anos, com 82,2% dos casos notificados. “Isso está acontecendo porque as pessoas estão tendo relações sexuais cada vez mais cedo. Se descobrem a doença aos 13 anos de idade, significa que elas a contraíram por volta dos dez, na maioria das vezes”, explicou Sandra Fagundes, coordenadora Estadual de DST/Aids.




O Fórum

O secretário estadual da Saúde, Anselmo Tose, fez a abertura oficial do Fórum, que contou com a presença de representantes das secretarias estaduais da Justiça, da Educação e da Defensoria Pública. Aproximadamente 70 profissionais da área de saúde participaram da programação durante a manhã desta sexta (30). Os debates envolvem o planejamento e a execução de ações para melhorar a qualidade da atenção à saúde da população que sofre esse tipo de agravo.

O objetivo do Fórum é capacitar médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais que atuam na atenção às mulheres vítimas de violência. Segundo o secretário Anselmo Tose, é preciso que o problema seja trabalhado em diversas áreas, e não só na saúde. “Cada um tem de entender seu papel para agir construtivamente e acabar com essa forma de abuso”, disse.

O secretário acredita que para combater a violência sexual e a Aids é preciso discutir com a sociedade e chamar sua atenção. “Nós temos de trabalhar com as famílias, para recuperar os valores. A maioria das vítimas são as jovens”, ressaltou.

Política Nacional

Em março deste ano, o Ministério da Saúde (MS) lançou o Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e Outras DSTs, e a atenção à violência doméstica e sexual é uma das prioridades da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.

O Plano representa a consolidação de uma política para o enfrentamento da epidemia de Aids e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis entre as mulheres. Para combater a feminização da epidemia é preciso que diversos setores trabalhem em conjunto.

Para o MS, os profissionais de saúde estão em posição estratégica para o diagnóstico e a atuação no problema da violência sexual e doméstica. “A maior parte das mulheres entra em contato com profissionais de saúde em algum momento da vida, e eles são capazes de identificar as vítimas e encaminhá-las aos serviços especializados”, explicou Sandra Fagundes.

O evento foi organizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio da Coordenação Estadual de DST/Aids, como parte da programação do Dia Mundial da Luta Contra a Aids (01). O Fórum é gratuito e, apesar de ter como foco os profissionais da área de saúde, será aberto aos demais interessados no tema.

Confira a programação da tarde:

14 horas - Profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis Não Virais em situações de violência sexual

15 horas - Considerações Gerais para Uso de Profilaxia para Hepatite B em casos de violência sexual

16 horas - Coffee-break

16h15 - Atendimento às Mulheres com Gravidez Decorrente de Violência Sexual

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