10/10/2014 14h06 - Atualizado em 23/09/2015 13h42

Você conhece os procedimentos de visita em UTI?

Imagine a seguinte cena: uma pessoa chega ao hospital para visitar seu parente ou amigo e descobre que ele está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A primeira reação é de susto. Agora, pense em ver o paciente entubado, contido ao leito ou aparentemente desacordado. Pronto, um verdadeiro choque.

Diariamente, essa cena é vista por dezenas de pessoas que procuram o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, para visitar algum paciente. Muitas dessas pessoas não conseguem controlar suas emoções e decidem retirar os tubos, desatar o paciente do leito ou, até mesmo, acordá-lo.

“A cena é impactante, então, o familiar ou amigo fica assustado, e na tentativa de resolver o problema e tirar o paciente daquele estado acaba por prejudicá-lo ainda mais. O visitante precisa entender que essas medidas são benéficas ao paciente. Ele está atado ao leito para não se debater e, assim, não causar prejuízos a sua saúde, ou está sedado por recomendações médicas”, explicou Jamille Gomes Leal, enfermeira referência da UTI do hospital.

Pensando nesses incidentes, a Associação Evangélica Beneficente Espírito-Santense (Aebes), organização social que administra o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, desenvolveu o projeto “Procedimento Comuns em UTI/UADC”. De acordo com a psicóloga da UTI, Ambulatório e Unidade de Internação da instituição, Luceni Bezerra Caminha, o serviço de orientação ao visitante é recente.

“A equipe do hospital percebia o quanto a imagem do paciente fragilizado abalava o visitante e, consequentemente, provocava um transtorno para o nosso trabalho e aos demais visitantes e pacientes do local. Daí surgiu a vontade de desenvolver um trabalho sobre o assunto”, conta a psicóloga Luceni Bezerra Caminha.

Primeiro, o setor de Qualidade do hospital produziu um banner explicativo sobre os principais procedimentos realizados em UTI, mas isso não era o suficiente. Mais tarde, surgiu a ideia de montar o “Grupo da Sala de Espera”, ou seja, antes de visitarem o paciente, os familiares e amigos são reunidos para conhecerem todos os procedimentos. Uma maneira de conscientizar a família do estado de saúde do paciente e da necessidade de precaução no contato.

“A gente procura orientar psicologicamente os visitantes sobre a atuação do médico. Além disso, a troca de experiências entre os familiares dos pacientes tem ajudado a acalmá-los e a conduzir melhor o contato e a própria recuperação do doente”, avaliou Luceni Bezerra Caminha.

Segundo Luceni Bezerra Caminha, o Grupo Sala de Espera representa para o acompanhante um acolhimento antes do primeiro contato. “Uma das orientações mais importantes é continuar mantendo a comunicação com o paciente, mesmo ele sedado. Outro ponto, é como não deixá-lo agitado”, completa a psicóloga.

Os visitantes se sentem mais preparados e confiantes para a visita. É o caso da Ivone Menezes da Silva, que está acompanhando a mãe na UTI do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves.

“Se eu não tivesse participado do Grupo Sala de Espera não teria aguentado ver a minha mãe nesse estado, entubada e contida à cama. A primeira vez eu fiquei triste, mas hoje eu sei que é para o próprio bem dela e a recuperação está surpreendendo aos médicos. Eu venho todos os dias, no horário de visita, e sei o que devo conversar com ela, pego na mão dela, conto histórias e digo o quanto a amo”, finalizou Ivone.


Procedimentos comuns em UTI:
Ao visitar um parente ou amigo na UTI é preciso ter em mente:
- realizar a higienização das mãos antes e após o contato com o paciente;
- não é permitido o uso de aparelho celular na unidade;
- saber que a contenção é de extrema importância para alguns pacientes;
- não há necessidade de oferecer água ou alimentos aos pacientes;
- saber que em alguns casos poderá encontrar o uso de alguns procedimentos invasivos, e que eles são importantes para a reabilitação clínica;
- a visita deve ser feita apenas ao paciente ao qual se destina.

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